segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Caso Geisy Arruda. Seria engraçado, se não fosse patético!

Tirinha dos Malvados - Criado por André Dahmer! Recomendo!! Principalmente a sessão Escola da Vida.

Há muito tempo tenho a idéia de que protestar é preciso. Ter uma opinião, lutar para mudar uma situação que você não concorde ou te prejudique. Discutir, ter idéias. Afirmar que hoje em dia isso é raro - (Não, não sou um ex cara pintada. Não tenho idade para isso) - é morrer no óbvio. Agora o que impressiona é toda essa repercussão do caso "Geisy Arruda". Uma moça de 20 anos de idade e que aparentemente foi com um vestido, no mínimo, curto. Fato. É curto. O grande problema foi as proporções que um simples vestido curto tomou.

Primeiro, universitários, e tirando um adjetivo irônico do filme Mente Brilhante, "As mentes ávidas do amanhã", em um instinto de manada acéfala, insultar a moça, no melhor estilo Carandiru. Equivalente a uma rebelião do PCC. Falta de respeito, intolerância ao princípio de individualidade. Segundo, a mídia exaurir nossa paciência em dar uma repercussão enorme para um caso que não se compara a fatos e notícias que realmente importam. Terceiro, a UNIBAN expulsar a garota. Nem preciso comentar sobre isso. Uma faculdade expulsar uma pessoa que se veste de modo diferente. Ridículo. Quarto, a UNIBAN por causa da repercussão, voltar atrás da decisão de expulsar.

Toda esse burburinho é um reflexo do descaso com a educação acadêmica do país. Primeiro, o governo abriu as porteiras do ensino básico. Depois foi a vez do ensino médio. E agora, estamos vendo a reação com a abertura das porteiras do ensino "superior". Não importa se a boiada do ensino médio não sabe o que é unicelular. O importante, é que daqui quatro anos, ele se formará no curso de biomedicina e aumentará a estatística de pessoas com o ensino superior. Simples assim.

Da mesma forma, essa abertura aos novos "centros acadêmicos" contribui para puro descrédito do ensino. Faculdades despreparadas, sem estrutura e corpo docente/decente. Veja o próprio caso da UNIBAN. Há um tempo atrás, era uma universidade que beirava a falência, mas que graças a política do "Quer pagar quanto?" conseguiu se manter. Com um slogan até bonito. De compromisso com a sociedade.

Não foi inclusão, e sim banalização educacional. Afinal, qual é prestígio de dizer que você tem um diploma superior depois de uma cena patética dessa?

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